21.4.13

AMOR-ÓDIO

Vamos falar de reality shows. Aqueles programas da TVI que toda a gente critica mas que toda a gente vê. Não estou aqui para falar das opiniões alheias mas sim para vos dar um pouco a perceber a minha visão da coisa.
Ora são não-sei-quantos marmanjos fechados dentro de uma casa sem qualquer tipo de ligação ao mundo exterior, onde são, psicologicamente falando, testados todos os limites. São como ratinhos de laboratório fechados numa gaiola em constante avaliação. Privacidade? Zero. Nem dentro de casa nem fora, porque as revistas fazem a questão de vasculhar até aos confins do inferno das suas vidas e tornar tudo público - afinal, todos temos que ganhar a vida e isso, seja bom ou mau, vende - . O que é certo é que toda a gente critica este tipo de programas. O que é certo é que toda a gente sabe que são todos escolhidos a dedo - afinal, o objectivo do programa é obter audiências, e o que vende são conflitos de diferentes personalidades -. O que também é certo é que toda a gente vê. Há quem diga que os portugueses só estão bem metidos na vida dos outros. Eu cá acho que, apesar de saber de toda a manipulação que estes programas possam ter para que se faça alguma coisa de interessante dentro de uma casa onde nada acontece, são programas como estes que nos fazem ter uma visão mais periférica do que anda por aí, do que se passa em qualquer sítio. Sim. Não é só pelos limites da paciência serem levados ao máximo que algumas pessoas reagem de determinada maneira. Não. Tudo o que acontece lá dentro, acontece cá fora. Pode demorar mais tempo que 4 meses, mas acontece.
Ou seja: o programa não é moralmente bonito. Mas também não tem que ser. Se fosse, ninguém tinha interesse em ver. O objectivo é ver até onde os concorrentes podem ir e a forma como reagem a determinadas situações. E isso é mau? Não. É perfeito! Daí o programa ter tanto sucesso. Não pela rameiragem - palavra inventada por mim que significa o acto de convívio de várias rameiras - mas pela experiência, que toda a gente gostava de passar mas que ninguém tem coragem. Porque, à parte de toda a gente ver, o mais importante é o auto-conhecimento com que se fica depois de uma experiência destas. Pode correr bem, pode correr mal. Mas não é assim cá fora? Pois, bem me parecia...

Hoje começa mais um Big Brother. Um formato pouco diferente da Casa dos Segredos mas não tão invasivo. Confesso que estou ansiosa por saber como tudo se vai desenrolar... A ver vamos!

D

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