Já não é a primeira vez que o programa Alta Definição me prende. Já não é a primeira vez que fico a olhar para o entrevistado de maneira diferente. Também já aconteceu ter aquela ideia maravilhosa de uma pessoa e que, no entanto, depois da entrevista, essa pessoa se torna mais 'insignificante'. Desta vez quem me prendeu foi Luisa Castel-Branco. Ela, que nunca fez grande parte da minha vida. Ela, que sempre me passou ao lado. Conseguiu prender-me durante alguns minutos, e dei por mim e sorrir. Uma entrevista brilhante, não só pelas perguntas - que neste caso ficam em segundo plano - mas pelas respostas desta senhora. ESTE vídeo diz muito, faz-nos pensar, faz-nos querer saber o que a senhora sabe... E a Luísa tem uma visão muito real das coisas. A partir do minuto 30:10, podemos ouvir coisas maravilhosas acerca da relação homem-mulher. Diz que percebe tudo nos homens e justifica: "são tão fáceis de perceber! (...) Os homens são muito mais puros que as mulheres. As mulheres são muito mais cabras. (...) Nós - as mulheres - infelizmente, por exemplo, perguntamos 'achas que estou mais gorda?' e o desgraçado responde 'não, claro que não' e ela diz 'já não me amas, já não olhas para mim, tenho mais quatro quilos', ou ele é idiota e diz 'por acaso estás um bocadinho mais gorda' uuiii, 'tens outra' ou então ele diz 'estás igual', 'pronto, é assim, não queres saber de nada, não importa, para isso podes-te ir embora' ". Continua ainda dizendo que quanto mais anda na vida mais os compreende. "Os homens hoje em dia não sabem bem o que fazer", diz. Continuando, responde à pergunta "Os homens são mais sexuais do que as mulheres" com "ah, tretas! (...) Se os homens sonhassem o que é que as mulheres conversam...".
Agora digam-me o seguinte: nós queremos que eles ajudem em casa, que não desarrumem o que acabámos de arrumar, que não sujem o que acabámos de limpar e, no entanto, se tivermos um homem que é uma fada do lar dizemos: é gay! Nós queremos que eles sejam discretos, que não comentem com os amigos a vida sexual e, se puxarem um bocadinho por nós, já estamos a contar como ele é bom na cama e como ele sabe fazê-lo como ninguém. Fazemos rankings, comparações, falamos do beijo, dos preliminares, do pós-sexo, enfim, TUDO e com todos os pormenores a que temos direito. Nós queremos que eles sejam carinhosos, atenciosos, que concordem connosco, que sejam o homem ideal. E depois quando temos um assim achamos que em vez de um homem temos um cão, que faz tudo o que queremos sem contestar - adorava que o meu cão fosse assim! -. Se não nos ligam nenhuma, se estão mais distantes, têm logo outra. Ou outras. Loiras, altas, magras e com umas pernas de fazer inveja. Porque na nossa cabeça só assim é que ele nos poderia trocar. Reclamamos com ele olhar para outras, reclamamos por ele ser simpático com outras, reclamamos por ter amigas, reclamamos por tudo e mais alguma coisa. Mas se eles fossem como nós idealizamos não era tudo uma seca? Já imaginaram não terem NADA a apontar do vosso namorado? Que chegavam a casa depois de um dia de trabalho e tinham tudo arrumado e limpo, com o jantar feito, o cão passeado e com a casa cheia de velas e incensos... Isto todos os dias. Era assim tão maravilhoso? Ou começavam a ficar cansadas de tanta perfeição e iam atrás daqueles que sabem que não são tão maravilhosos mas que vos dão mais pica? Pois... A questão é que se fizessem tudo aquilo que nós refilamos eram tão perfeitos e monótonos que já não serviam, mas se fizerem tudo ao contrário também não servem. E que tal deixarmos de ser tão exigentes com arrumação e limpeza e dar-mos mais importância ao que realmente importa? - estou a falar de amor, suas mentes perversas! -.
Aprendam com a Luísa que ela é que sabe. Nós somos complicadas sim. Eles ficam à toa. Por isso é melhor começar-mos a ter noção que o somos e tentar controlar a situação. Que ninguém suporta homens perfeitos nem mulheres maníacas...
D
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